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23 de mar. de 2010

Habitação para o habitante

Após perceber a falta de qualidade e a ausência da participação dos moradores no processo de projeto da habitação de interesse social no Brasil, uma proposta no Chile, do arquiteto Alejandro Aravena (Elemental), mostra que existem soluções mais inteligentes, no qual o problema da habitação deixa de ser visto como um gasto e começar a funcionar como um investimento social.


O projeto está incluído no programa Habitação Social Dinâmica sem Dívida, com um subsídio de US$ 7,500.00 por família para financiar a compra do terreno, as obras de urbanização e a arquitetura. Este investimento permite construir cerca de 30 m2. Isto obriga os beneficiários a serem eles mesmos que "dinamicamente" transformem ao longo do tempo a mera solução habitacional, em uma casa.

No modelo tradicional de habitação, 1 casa = 1 lote, caberiam no terreno disponível (5.025m ²) apenas 30 famílias. Como o programa era destinado à construção de aproximadamente 100 residências, foram necessárias as seguintes soluções arquitetônicas para resolver essa “equação”.

1- tipologia que permitiu alcançar uma alta densidade suficiente para pagar a terra que era muito bem localizado na cidade, imersos na rede de oportunidades oferecidas pela cidade (trabalho, saúde, educação, transporte);

2- em vez de fazer uma casa pequena (em 30 m² tudo é pequeno), foi projetada uma residência de classe média, a qual se pode oferecer neste momento (tendo em conta os recursos disponíveis), apenas uma parte. Nesse sentido, as partes difíceis da casa (banheiro, cozinha, escadas e paredes divisórias) são projetados para o estado final (após o alargamento), ou seja, para uma habitação de mais de 70m ².

3- dado que 50% dos m² dos conjuntos serão auto-construído, este edifício devia ser suficientemente vazado para permitir que o crescimento ocorreresse dentro de sua estrutura. Por um lado para demarcar (mais que controlar) a construção espontânea para evitar a deterioração do ambiente urbano no tempo e por outra parte facilitar o processo de ampliação de cada família.

4- introduzir entre o espaço público (das ruas e paisagens) e o privado (de cada casa), o espaço coletivo: uma propriedade comum, mas com acesso restrito, o que permite dar lugar as redes sociais como um mecanismo fundamental para o sucesso de entornos frágeis.


Fonte: http://www.elementalchile.cl/

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