Envie sua notícia pra praxisufmg@gmail.com

31 de mar. de 2010

Decisão judicial histórica

Foi garantido pelo poder judiciário, em caráter liminar, a permanência dos moradores da Comunidade Dandara (Belo Horizonte) na área objeto de litígio independente das medidas judiciais em curso. Mais do que isso, a justiça determinou que:

1) a área da Comunidade Dandara seja inscrita como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) pelo Município de Belo Horizonte;

2) que seja suspenso o processo administrativo da Construtora Modelo junto ao Município de Belo Horizonte para parcelamento e licenciamento do imóvel;

3) que seja instituída a Comissão para acompanhamento de conflitos possessórios de que trata a Lei Estadual nº 13.604/00, com ampla participação da Comunidade Dandara;

4) que o Estado de Minas Gerais e o Município de Belo Horizonte tomem medidas próprias para que a Comunidade Dandara tenha acesso à saúde, à educação, à água, à energia elétrica etc;

Tudo isso (pontos 1, 2, 3 e 4) no prazo de 45 dias, sob pena de arbitramento de multa diária no caso de descumprimento!
A decisão histórica foi fruto de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública Estadual contra o Estado de Minas Gerais, o Município de Belo Horizonte e a Construtora Modelo, que junto com sua co-irmã, a Construtora Lotus figuram como rés em mais de 2.500 processos.

Mais essa vitória jurídica é uma grande notícia que vem em boa hora, pois o julgamento do processo pela Corte Especial do TJMG estava para ocorrer nas próximas semanas. A Comunidade Dandara, que celebrará no próximo dia 09 de abril seu 1º ano de vida, não podia receber presente melhor. A festa, aberta a todos, será no próximo dia 10.

O trabalho desenvolvido pela Defensoria Pública, sob a coordenação do Dr Gustavo Corgosinho, se reveste de importância histórica, Não somente para Dandara, como para o movimento social do país.

Fonte: www.ocupacaodandara.blogspot.com

1º Seminário Metropolitano de Gestão de Risco



O seminário será realizado no dia 6 de abril, às 9h, no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG, localizado à Rua da Bahia, 1600, em Belo Horizonte.

O evento discutirá políticas de gestão de risco com os municípios metropolitanos e o Estado e estabelecerá uma agenda de compromissos para o planejamento de ações ao longo de 2010. Uma mesa redonda envolvendo os estados Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, abordará a temática "risco geológico", no âmbito da gestão metropolitana desses estados.

30 de mar. de 2010

Encontros do Plano Metropolitano RMBH

O Plano Metropolitano, que envolve os 34 municípios da RMBH, será elaborado pela UFMG, sob a coordenação do Cedeplar/FACE. De acordo com Roberto Monte-Mór, coordenador geral do Plano Metropolitano, criar uma rede de centralidades, sistema ferroviário metropolitano e evitar guerras fiscais entre municípios são medidas necessárias para o fortalecimento da RMBH. É possível constatar a fragilidade do entorno metropolitano e da articulação entre municípios. Inversão de prioridades e valorização das diversidades são alguns dos pressupostos do Plano.

Serão realizados encontros abertos de aprofundamento temático do Plano Metropolitano RMBH, nos dias 6, 13 e 19 de abril, com os respectivos temas: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, desenvolvimento ambiental.


Horário: 14h às 18h


Local: Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas FACE/UFMG

Campus UFMG - Av. Antônio Carlos, 6627 - Belo Horizonte, MG

26 de mar. de 2010

Minha casa, minha luta


Nesta madrugada de sexta-feira, dia 26 de março de 2010, cerca de 200 famílias ocuparam uma área de cerca de 15 mil metros quadrados, em Belo Horizonte, na Região do Vale do Jatobá. A área, adquirida pelo Banco Rural na execução de uma dívida, era de domínio público e foi repassada a uma empresa particular pela CODEMIG, em 2001, para que fosse realizado empreendimento industrial no local no prazo máximo de 20 meses, o que jamais foi feito. Ao todo, são décadas de total abandono e descumprimento da função social da propriedade.

Essa ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas organizada pela Frente Nacional de Resistência Urbana que reúne movimentos e organizações populares de vários estados do país. Tal Jornada tem como objetivo lançar a campanha Minha Casa, Minha Luta com protestos e ocupações em diversas capitais como forma de denúncia ao Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal que até agora não saiu do papel para os mais pobres que recebem mensalmente de 0 a 3 salários mínimos.

24 de mar. de 2010

Debates Oi Futuro

Os debates serão realizados no Multiespaço/Oi Futuro, Av. Afonso Pena, 4001 - térreo, com a seguinte programação:

- 25 de março (quinta) - 19h
"A casa do Zé e da Vera no aglomerado da Serra: arquitetura com tecnologia e nicho cognitivo"
João Queiroz - papo
Professor do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

- 30 de março (terça) - 19h
Práticas criativas entre arquitetura e design
Convidado: Fernando Maculan
Curadoria: Renata Alencar e Tailze Melo

23 de mar. de 2010

Audiência Pública sobre a "Praia da Estação"

Eventos de qualquer natureza estão proibidos na Praça desde 01/01 deste ano, por meio de decreto editado pelo prefeito Márcio Lacerda. De acordo com a medida publicada, a PBH julga que os eventos que ocorrem na praça colocam em risco a segurança pública pela dificuldade de limitar a concentração de participantes e também pela depredação do patrimônio público.

Desde 16/01, sempre aos sábados, centenas de pessoas usando roupa de banho participam da manifestação "Praia da Estação", contra o decreto da Prefeitura.

A audiência pública para discutir a utilização da Praça da Estação será na Câmara Municipal de BH na próxima quarta-feira, dia 24, às 13:30.

Mais informações sobre a Praia da Estação: http://pracalivrebh.wordpress.com/

Debate dia 26/03 sobre alteração do Plano Diretor e Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo

Está em tramitação na Câmara Municipal de BH o Projeto de Lei 820/09 que altera o Plano Diretor e a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo Urbano.

O debate para maior entendimento sobre o projeto contará com a participação de Edneia Souza (representante da sociedade civil e delegada da III Conferência de Políticas Urbanas de BH), Fátima Gottschalg (conselheira do Conselho Municipal de Políticas Urbanas), Flávio Carsalade (diretor da Escola de Arquitetura) e Teodomiro Diniz (vice-presidente da Fiemg).

A plenária pública acontecerá na Escola de Arquitetura da UFMG, sala 200, das 17 às 19 hrs, na próxima sexta.

Habitação para o habitante

Após perceber a falta de qualidade e a ausência da participação dos moradores no processo de projeto da habitação de interesse social no Brasil, uma proposta no Chile, do arquiteto Alejandro Aravena (Elemental), mostra que existem soluções mais inteligentes, no qual o problema da habitação deixa de ser visto como um gasto e começar a funcionar como um investimento social.


O projeto está incluído no programa Habitação Social Dinâmica sem Dívida, com um subsídio de US$ 7,500.00 por família para financiar a compra do terreno, as obras de urbanização e a arquitetura. Este investimento permite construir cerca de 30 m2. Isto obriga os beneficiários a serem eles mesmos que "dinamicamente" transformem ao longo do tempo a mera solução habitacional, em uma casa.

No modelo tradicional de habitação, 1 casa = 1 lote, caberiam no terreno disponível (5.025m ²) apenas 30 famílias. Como o programa era destinado à construção de aproximadamente 100 residências, foram necessárias as seguintes soluções arquitetônicas para resolver essa “equação”.

1- tipologia que permitiu alcançar uma alta densidade suficiente para pagar a terra que era muito bem localizado na cidade, imersos na rede de oportunidades oferecidas pela cidade (trabalho, saúde, educação, transporte);

2- em vez de fazer uma casa pequena (em 30 m² tudo é pequeno), foi projetada uma residência de classe média, a qual se pode oferecer neste momento (tendo em conta os recursos disponíveis), apenas uma parte. Nesse sentido, as partes difíceis da casa (banheiro, cozinha, escadas e paredes divisórias) são projetados para o estado final (após o alargamento), ou seja, para uma habitação de mais de 70m ².

3- dado que 50% dos m² dos conjuntos serão auto-construído, este edifício devia ser suficientemente vazado para permitir que o crescimento ocorreresse dentro de sua estrutura. Por um lado para demarcar (mais que controlar) a construção espontânea para evitar a deterioração do ambiente urbano no tempo e por outra parte facilitar o processo de ampliação de cada família.

4- introduzir entre o espaço público (das ruas e paisagens) e o privado (de cada casa), o espaço coletivo: uma propriedade comum, mas com acesso restrito, o que permite dar lugar as redes sociais como um mecanismo fundamental para o sucesso de entornos frágeis.


Fonte: http://www.elementalchile.cl/

16 de mar. de 2010

Cidade Administrativa e Lina Bo Bardi

Na gravura "O quarto do arquiteto", de Lina Bo Bardi, a arquiteta do Masp criou uma cena com armário entreaberto, mesa com cadeira e uma prateleira. Os personagens são maquetes de edifícios em diferentes estilos. Uma possível interpretação irônica da obra é que os arquitetos possuem soluções guardadas nas gavetas e as utilizam conforme a necessidade. Lembro-me disso diante da nova obra de Oscar Niemeyer. (...) Do ponto de vista arquitetônico não há novidade. O prédio mais imponente abriga o gabinete do governador. É um edifício envidraçado de quatro andares que fica pendurado por estrutura externa. Com mais graça, tal solução foi utilizada por Niemeyer há 40 anos para uma editora na Itália. (...)



Os dois edifícios maiores são destinados às secretarias. Gêmeos, eles são gigantescos e curvos -e também foram retirados das "gavetas" do arquiteto. Eles têm proporção semelhante de um hotel em Petrópolis, desenhado em 1950.

Por fim, além de um auditório pouco gracioso, o conjunto é completo por um centro de convivência, com restaurantes e lojas, que pretende substituir a rua -o espaço primordial de convivência urbana.
E é justamente aí que está o maior problema. Se a arquitetura é requentada, a ideia de pensar em centro administrativo longínquo é tão nova quanto o bonde. Urbanisticamente, é um desastre. O governo deveria permanecer na região central, renovando edifícios subutilizados e incrementando a vida urbana. (...)
Infelizmente, há 50 anos os políticos acreditam na mística de perpetuar-se com um postal de Niemeyer a fim de repetir a trajetória daquele que encomendou Pampulha e Brasília (raríssimos são os que apostam na capacidade arquitetônica de sua própria geração). Aécio Neves cometeu o mesmo erro: mirando o futuro, ele acertou o passado.

Fonte: Artigo "Ao mirar o futuro, Aécio acertou o passado" de FERNANDO SERAPIÃO - ESPECIAL PARA A FOLHA

Projeto de reconstrução após tremor frustra chilenos


A solução oferecida para os milhares de desabrigados pelo terremoto do dia 27, no sul do Chile, foi um modelo de casa menor que um barraco de favela no Brasil. A diferença é que em vez do calor tropical, lugares como Constitución, Llico e Arauco registrarão temperaturas negativas em um mês. Falta de luz, réplicas e ameaças de tsunami mantêm em estado de alerta os sobreviventes da tragédia.Os barracos de 18 m² são construídos em lâminas de pinho e têm teto de zinco. Não têm forro, janela, banheiro ou água. A ONG Um Teto para o Chile recebeu US$ 30 milhões para construir essas "casas", mas moradores de Arauco se rebelaram contra o projeto, um dia depois de o presidente Sebastián Piñera assumir o poder. "A reconstrução do país não pode estar fundamentada sobre esses barracos", diz o prefeito da cidade, Mauricio Alarcón. A resistência ao projeto de moradia da Um Teto para o Chile é maior entre os que tinham boas casas antes da tragédia. Os mais pobres acham que as casas são bem-vindas.
"As pessoas estão vivendo sob lonas plásticas. As casas oferecidas seriam uma solução provisória para o outono", opina Juan Alberto Aguirre, responsável pela Um Teto Para o Chile em Concepción. Para Aguirre, a resistência do prefeito de Arauco e de alguns moradores põe em risco a vida de milhares de pessoas. "É como criticar a qualidade de um hospital de campanha. Não faz sentido, porque se trata de uma solução provisória." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O que aconteceu no 57° Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social - 11, 12 e 13 de março


O fórum foi organizado pelas Companhias de Habitação Popular – COHABs e foram discutidos temas como Planos Estaduais de Habitação, Plano Metropolitano e Programa Minha Casa, Minha Vida.

No primeiro dia do evento, como previsto na programação, foram apresentados os 12 projetos vencedores do Prêmio Selo de Mérito 2009, entre eles: Vila Viva Vila São José da Prefeitura de Belo Horizonte; Programa Morar Bem Morena de Campo Grande (foto); Justiça Social com justiça da COHAB/MG, com uma metodologia de seleção de candidatos à casa própria segundo critérios de justiça social. Os projetos vencedores não tiveram significativas evoluções arquitetônicas e urbanísticas em relação ao que já existe no país.
Vale a pena destacar algumas evoluções técnicas presentes no projeto Vila Dignidade, de São Paulo, que prevê a construção de um conjunto habitacional para idosos com estrutura em steel frame e paredes em drywall. Todas as moradias terão acessibilidade de acordo com o desenho universal e sistema de aquecimento solar, o que esteve presente em outros projetos apresentados.

A estagnação dos conceitos de projeto e a manutenção da baixa qualidade da habitação social no Brasil ficaram evidentes. Porém, nada foi tão inquietante quanto as opiniões expostas pelo Presidente do FNSHDU, Carlos Marun:
“Habitação não tem nada a ver com saúde e segurança pública. Não dá para fazer tudo também, o nosso papel é fornecer habitação, o resto, como escola, posto de saúde, transporte, saneamento, o pessoal corre atrás dos políticos, tem um tanto que gosta de fazer esse tipo de coisa”. Pensamentos assim, nos fazem lembrar o início da história da habitação popular no Brasil, na década de 30, quando a população removida era levada para lugares desprovidos de infra-estrutura básica, resultando no abandono das moradias e formação de novas favelas, em outras áreas periféricas (FERNANDES, 1998). Já que o bem estar e a qualidade de vida dos habitantes não são prioridades para a execução dos programas de habitação, quais seriam os verdadeiros interesses? Acho que ficará mais claro nos próximos meses, com o início das propagandas políticas!
Marun ainda completou: “Em Mato Grosso do Sul não temos mais favelas. Houve uma invasão numa sexta-feira, às 23 horas, então nós montamos uma operação policial e no outro dia de manhã já não tinha mais ninguém lá, os policiais mandaram todos de volta para as suas...” Mas ficou uma dúvida: “suas” o quê?? Será que os “invasores” possuíam casas e retornariam para elas, como se tudo não passasse de uma aventura?
E, mais uma vez, os erros cometidos no passado, com a intensiva destruição de barracos em Belo Horizonte, na época da ditadura militar (FERNANDES, 1998), retornam ao cenário das cidades.
Para finalizar o evento, foram ofertadas duas visitas técnicas: Conjunto Habitacional em Betim ou Cidade Administrativa do Niemeyer. Qual será que fez mais sucesso?

Mais informações sobre o Fórum: www.abconline.org.br
Referência: FERNANDES, Edézio (org). Direito Urbanístico. Belo Horizonte : Del Rey, 1988.

15 de mar. de 2010

Insatisfação?

Foi publicado dia 11/03 no jornal Extra Online:

"Apartamentos do PAC são alugados ilegalmente no Pavão-Pavãozinho (...) Moradores do Morro Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, que receberam de graça os apartamentos novos construídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão alugando os seus imóveis, que deveriam servir apenas para moradia.(...)" (Notícia enviada por: Carolina de Pinho Cunha)

A pouca flexibilidade dos projetos e a relocação das famílias, características típicas dos planos de habitação de interesse social financiados pelos governos, não podem favorecer a utilização destes imóveis para geração de renda? Lembrando que, em muitos casos, tal renda é convertida para o pagamento de aluguéis de outros imóveis, com contextos mais compatíveis com a realidade das famílias.

9 de mar. de 2010

Reunião no Ministério Público sobre ocupações de BH

Foi realizada ontem uma reunião na Promotoria de Justiça Metropolitana de Habitação e Urbanismo – PJMHU para discutir a respeito de três ocupações em Belo Horizonte, levantando os atuais problemas e possíveis soluções.
Os moradores da ocupação na Av. Antônio Carlos, nº 7078, estão em vias de serem atingidos por obra da SUDECAP para construção de um viaduto, melhoria em razão da copa do mundo de 2014. As moradias já estão sendo vistoriadas por pessoas que se dizem ora funcionárias da Andrade Gutierrez ora da SUDECAP. A Promotora de Justiça Marta Larcher sugeriu que fosse agendada uma reunião com a SUDECAP e com a URBEL para apresentação do projeto e proposta de remoção e reassentamento dos moradores, inclusive com a possibilidade de realização de audiência pública.

Em seguida, o problema da ocupação das chamadas “Torres Gêmeas” situadas no bairro Santa Tereza foi debatido, considerando que recentemente os prédios foram vistoriados por servidores da Prefeitura sob a alegação de que havia sido encaminhada denúncia anônima que informava risco de desabamento das torres. Outra notícia que vem sendo apresentada à comunidade é que a Prefeitura tem interesse em desapropriar o prédio para construção de um hotel também para atender a demanda da copa do mundo. A Prefeitura insiste em afirmar tratar-se de problemas entre particulares.

Logo após, os representantes do movimento Dandara externaram sua preocupação com o possível uso de violência na retomada do imóvel hoje ocupado por mais de 800 famílias. Duas viaturas policiais ficam permanentemente no interior da ocupação, fazendo uso ostensivo de arma de fogo. A Promotora de Justiça comprometeu-se a estudar a possibilidade de ajuizar uma ação civil pública em conjunto com a Promotoria de Direitos Humanos, tendo em vista a omissão do Poder Público Municipal no caso.

Os representantes de cada movimento aprovaram os encaminhamentos da reunião.

4 de mar. de 2010

Mídia volta a falar em Dandara, dando sempre a versão da Construtora Modelo



Com o título “Invasão do MST barra obras de casas populares na Pampulha”, o jornal Estado de Minas publicou uma matéria sobre a ocupação Dandara no último dia 03.

“A escassez de terrenos para a construção de moradias populares dentro do programa Minha casa, minha vida, do governo federal, esbarra em um novo obstáculo em Belo Horizonte: a ocupação, por 887 famílias (cerca de 5 mil pessoas), de uma área de 315 mil metros quadrados na Região da Pampulha. A Construtora Modelo, proprietária do terreno, afirma que está pronta para iniciar as obras no local e aguarda decisão judicial de desocupação da área. O projeto da construtora é construir 1.152 moradias em oito condomínios fechados para famílias com renda de três a seis salários mínimos (R$ 1,53 mil a R$ 3 mil) ou 3 mil unidades para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.530 mil). (…)”O nosso projeto é de um condomínio fechado, que iria valorizar o bairro. O terreno sempre esteve bem cuidado, com vigia e capinado. A ocupação ocorreu em véspera de feriado prolongado”, ressalta Nogueira.”(Fonte: http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/03/03/noticia_economia,i=150012/IVANSAO+DO+MST+BARRA+OBRAS+DE+CASAS+POPULARES+NA+PAMPULHA.shtml)

Para Chumbinho, representante do MST, “o Estado de Minas está preparando terreno na opinião pública para o despejo das familias da Dandara.” Ele acredita que a justificativa defendida para a desapropriação amenizaria as fortes imagens da destruição das moradias pelos tratores.


Em resposta, o blog da Ocupação Dandara publicou uma nota dizendo que a reportagem tentou apresentar as famílias como as que impedem a implementação do Minha Casa, Minha Vida, sendo que nunca a Construtora Modelo teve projeto para moradia popular em tal área. Infelizmente uma solução menos traumática que a desapropriação não tem sido tentada. Treze ítens ocultados pela reportagem foram descritos no blog www.ocupacaodandara.blogspot.com.

3 de mar. de 2010

Oficina Pública do Plano Metropolitano da RMBH

A 1ª Oficina Pública do Plano Metropolitano da RMBH acontecerá no dia 9 de março, às 18h30, no Auditório da Câmara Municipal de Brumadinho, visando à elaboração do Plano Metropolitano da RMBH. Podem participar integrantes da equipe técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), pesquisadores acadêmicos (UFMG, PUC Minas e UEMG) e representantes das secretarias de estado, dos municípios integrantes, de entidades representativas, dos movimentos sociais, da iniciativa privada. É importante que os representantes dos municípios preparem e discutam, previamente, as seguintes questões:
1. O que é ser cidadão metropolitano?
2. O que precisa acontecer para a região metropolitana melhorar de verdade?

Endereço: Praça da Paz Carmem de Oliveira Gonçalves, s/n°
Bairro São Conrado - Brumadinho/MG

Plano de Mobilidade Urbana para Belo Horizonte

Elaborado pela Prefeitura de Belo Horizonte, SMURBE, BHTrans e LOGIT, o projeto busca ser referência para o período 2009/2020. O PlanMob-BH tem como objetivo propor alternativas sustentáveis para o sistema de mobilidade da cidade, valorizando os sistemas de transporte público e não motorizado.

Mais informações: www.planmobbh.com.br.

Fórum Urbano Mundial acontece no Rio


Até 14 de março estarão abertas as inscrições gratuitas para o FUM5 - Fórum Urbano Mundial, promovido a cada dois anos pelo UN-HABITAT - Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos. Nesta edição, que acontece entre 22 e 26 de março, nos armazéns do porto do Rio de Janeiro, o evento vai apresentar o tema “O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido”.

Abaixo, resumo dos assuntos que serão abordados através de diálogos, palestras e mesas- redondas:

* a cidade inclusiva;
* responsabilidade dos cidadãos e governos;
* a desigualdade e a pobreza urbanas;
* o acesso equitativo à moradia;
* prevenção de favelas;
* desenvolvimento urbano sustentável;
* segregação social e espacial;
* governança e participação;
* vulnerabilidade social, econômica e ambiental.

Mais informações:
http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Programacao.aspx

2 de mar. de 2010

Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social em Belo Horizonte

O 57º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de março, no centro de convenções do Hotel Mercure. As inscrições para estudantes universitários poderão ser realizadas até o dia 5 de março e para os demais participantes até o dia 8 de março. No primeiro dia de evento, serão apresentados projetos vencedores do Prêmio Selo de Mérito 2009, no segundo dia, sessões plenárias irão debater temas relacionados ao Programa “Minha Casa Minha Vida“, às políticas públicas para 2010 na área de habitação de interesse social e aos planos estaduais de habitação. No último dia, será realizada uma visita técnica ao Conjunto Habitacional Dicalino Cabral. (Fonte: http://www.abconline.org.br

Mais informações sobre o evento:
www.abconline.org.br/ViewDetNews.aspx?id=8f36c7d8-8fbb-4653-8295-7820d063617e&conttype=1&action=dtv

Audiência Pública sobre "Torres Gêmeas" do Santa Tereza


Na última sexta-feira, dia 26/02, foi realizada na Assembléia Legislativa de MG uma Audiência Pública para debater a situação do Residencial Saint Martin, localizado no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Os dois prédios inacabados, mais conhecidos como “Torres Gêmeas”, foram ocupados há cerca de 15 anos. Uma ordem judicial de reintegração de posse em favor da massa falida das construtoras ICC e Jet foi emitida mas, até hoje, não executada. Foi realizada uma vistoria pela Sudecap, ordenada pelo prefeito, a fim de se avaliar a estabilidade estrutural dos edifícios.
“A solução apontada pelo advogado Fábio Santos seria a tomada de um empréstimo pela linha de Crédito Solidário do Ministério das Cidades, para pagar R$ 1,8 milhão à massa falida e o restante para concluir a construção dos prédios, sem desalojar os moradores. Em seguida, as unidades seriam vendidas pelo Sistema de Financiamento Habitacional por cerca de R$ 35 mil, para que as famílias pagassem como pudessem. O deputado Durval Ângelo disse que intermediou as negociações do Crédito Solidário com o ex-prefeito Fernando Pimentel, a pedido do cardeal dom Serafim, e que os recursos chegaram a ser disponibilizados para a prefeitura, mas retornaram ao Ministério das Cidades porque os moradores não possuíam garantias para oferecer.” (Fonte: http://www.almg.gov.br/not/bancodenoticias/not_781393.asp)
As mais de 160 famílias continuam dispostas a lutar pois sabem que, caso haja a reintegração de posse, muitas não terão para onde ir ou irão morar distantes do Centro, do trabalho, do hospital, do metrô etc.
Está aberto o espaço para notícias, debates e críticas sobre a produção e uso do espaço urbano. Leiam, comentem, participem!